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sábado, 30 de abril de 2011

Um dejeto que Deus quer

Qualquer homem pode ser santo se o quiser, mesmo se, exteriormente, aos olhos do mundo, ele não é mais do que vício e lama.
Quando, durante uma vida inteira, os demônios do seu coração lhe disputaram o ser e esse homem se precipitou sucessivamente, com toda a violência dos seus apetites, em direção às inúmeras miragens do orgulho e dos instintos, em direção aos fantasmas enganadores e mentirosos que são as paixões humanas, vai chegar uma hora em que ele se sente acabado.
Está gasto, aniquilado, vazio.
Essa ruína, esse ladrão, esse bêbedo, esse depravado, irremediavelmente entregue a seu vício a não ser que haja um milagre da graça, quem se ocuparia ainda dele?
Só Deus pode acolher esse destroço. Deus, e só Deus, porque ninguém descerá demasiado baixo aos olhos de Deus!
Esse lixo, esse dejeto, esse rebotalho que vocês, homens, já não querem, que não quer já nada de si mesmo, dêem-no a mim, diz o Eterno, e que ele aceite apenas, humildemente, reconhecer a sua miséria, agarrá-la e lutar. Então, para mim, essa vida de vergonha e de ignomínia aos olhos de todos, Eu a consumirei como incenso.
Os feridos da vida, os fracos, os alcoólicos, os drogados, os dependentes de todos os tipos, os pobres que aceitam sofrer a sua miséria e lutar apesar de tudo, abrem-se à misericórdia e entrarão, como o bom ladrão, no Reino de Deus, antes dos puros que depositam em si mesmos a confiança, contando com suas virtudes naturais. “Os primeiros serão os últimos; os últimos serão os primeiros” (Mt 19, 30).
Escrito por Pedro Veiga (Comunidade Católica Shalom – Missão RJ)

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